domingo, 9 de novembro de 2008

Coisa número 06: Ápode e acéfalo

Andando pela noite, passeio noturno e calmo pelas praças da cidade. Parece que nem estamos em São Paulo. Alguns pedacinhos de almas simples no meio desse caos, no meio desse ar poluído e inesperado. Algumas jóias. Beber água de coco, comer uma fruta e viajar sobre a diferença social dos bairros paulistanos.
Bom pra cabeça, bom lembrar dos antigos sonhos, sem remorso, sem um auto-sarcasmo destrutivo, porém natural nas pessoas daqui. Um distanciamento dos próprios sonhos por desilusão. Volto a me apegar aos meus sonhos.
Perdida nas próprias atitudes. Perdão. Será que eu consigo me perdoar? Se eu consigo perdoar praticamente tudo ou todos que possam me fazer algum mal, será que eu consigo me perdoar? Será que eu consigo me perdoar por alimentar a minha própria culpa sem motivos? Será que eu consigo me perdoar por ser mais sincera comigo, e me permitir mudar de idéia, e me perder em minhas próprias dúvidas ou decisões.
Porque será que nós não sentimos o que programamos. Eu programei gostar de quem gosta de mim e tava indo muito bem até que, apareceu uma pedra no caminho. Mas são essas pedras que constroem o meu castelo de coisas. O meu castelo é forte. Meu coração paulistano é simples: de chuva e concreto. Meu coração é simples, é forte e discreto. Mas a seca do teu nordeste não cessa, nunca, e o meu coração quase morreu de sede uma vez. E já estava pra acontecer novamente, sem que eu percebesse. Estava entrando na sua seca. Sua seca é minha tempestade. Sua seca é meu tormento, é minha tormenta.
Hoje já não faço mais planos de te ver, pelo menos não como antes. Ainda quero te ver muito, e se o trabalho nos obrigasse a nos ver todos os dias, ótimo também. A verdade é que a minha idéia era inverter esse jogo, mas sem manipulação, somente com bons pensamentos. A minha idéia era que acontecesse ao contrario, mas como sempre em tudo que existiu entre nós, sou eu quem corre atrás de algumas coisa. Mas eu comecei a correr sem saber nem atrás do que eu estava. Atrás de me perder??? Que lógica é essa? Não existe lógica para o amor, mas ele podia ter sumido de mim por completo, com toda a certeza do mundo, que eu não ia achar nem um pouco ruim não.
Preferia não te amar e não te perdoar, do que ter te perdoado e continuar te amando loucamente. Minha tortura.
Pelo menos eu te disse tudo que podia dizer e, se até amanhã vc não me responder ou não me ligar, pra mim vai significar que vc não está tão envolvido sentimentalmente como eu estou e, pra mim não vale a pena assim não. Não de qualquer jeito. Não quero mais nada de qualquer jeito pra mim. Quero algo pra mim que seja de todos os jeitos, que seja por inteiro, verdadeiro, grande.
Mas vou tentar não pensar em vc, vou tentar não ficar pensando se vc vai me ligar pra fazer alguma coisa, pois estava de bobeira, ou pra conversar, ou se simplesmente vai responder meu email ou se não vai fazer nada. Não quero pensar em nada. Já estou perdida demais nos meus pensamentos e nas minhas atitudes.
Bom, não queria falar de nada disso, mas foi inevitável.
E vc, que é um coisa linda comigo? E vc que é meu zão? Porque não podemos ficar bem, tranqüilos? Porque eu me cansei do dia-a-dia e deixei nós dois tristes? Por quê? Essa resposta sinto que vai demorar. Espero que vc me responda com outro pensamento, com um pensamento mais positivo. Sei que é difícil.
Mas não quero mais falar disso. Quero falar do espaço, quero falar de caubóis, quero falar, mas tb quero dormir. E essa coisa vai ser assim, sem pé, nem cabeça, um capítulo ápode e acéfalo, como o mundo, como eu, como o presente.
Já falei para algumas pessoas, mas aqui não: eu acredito que estou bem no meio de uma transição de fases. Bem no meio do meio do meio da mudança. Mudando de opinião, mudando de gosto, mudando de idéia, a cada momento do dia. Mudando tudo.
09/11/08 8:42:09 AM

sábado, 8 de novembro de 2008

Coisa número 05: Doença!

Fiquei um bom tempinho sem escrever. Curando minha dor, curando um baixo astral que pousou em mim, como há muito, muito tempo não tinha. Não vou dizer que me curei, pior ainda, descobri que tenho uma doença pro resto da vida, um amor eterno, as vezes incondicional, as vezes louco de tesão.
Estou doente de amor, um amor incurável, as vezes delicioso, mas destrutivo também. Um amor inteiro, um amor gigante, um amor puro, que perdoa, respeita, respeita até demais, um amor que sonha, mas não acredita, um amor que enlouquece, de endoidecer.
Não existe música que não me faça pensar em você.
Queria saber o que vc fez, pra que eu te encontrasse até no meu próprio espelho, na minha pele, no meu suor, na minha roupa, nos meus sonhos, em todos os meus pensamentos, na minha respiração e até na minha voz?
O que eu fiz pra merecer saber de cor o gosto da sua boca, do seu cheiro? Saber de cor a textura da sua pele, do seu pelo, do seu cabelo? Te conheço nu, por dentro e por fora, como mais ninguém conhece. Sua energia me suga pra dentro de vc, mas não sei se vc percebe.
Existe algum caminho??? Se não pra dentro, pra fora dessa roubada? Quero fugir! Com vc ou sem vc! Aliás, quero fugir de vc, pois com vc eu só conseguiria assumir. E isso eu já fiz. Vc é minha tortura e eu não consigo me envolver com ninguém direito além de vc. Estou enlouquecendo. Quem é que dorme??? Me diz, quem é que dorme???
Por uma hora eu te vi ao meu lado, esperando dentro de mim que vc esteja me olhando, me observando, prestando realmente atenção a todos os detalhes, em tudo o que vc perdeu. Mas o problema é que vc não perdeu. Por mais que vc nunca me tenha mais em seus braços, minha maldição é ser sua por inteiro pro resto da minha vida.
Meu coração já não sabe ficar quieto, ficar tranqüilo, e fica querendo chamar a minha atenção. Onde já se viu? Um coração aparecido assim? Fica na tua!!!! Me deixa em paz!!!!! Meu coração não pode sofrer a ilusão de achar que o seu é dele também duas vezes. Meu coração está doente.
Sabe qual é o meu sonho escondido hoje? É simples demais. É encontrar vc no almoço que me chamou. Pareço uma tonta quando confesso isso. A tonta escondida numa fortaleza, um castelo de “tonterías”, um castelo de coisas frágeis e amorosas, que pensam ser independentes e auto-suficientes.
É, eu preciso aprender a ser só!!! Eu morro pensando no nosso amor!!!!

07/11/08 3:50:03 AM